Uma pesquisa realizada pela Talenses Executive, em 2023, mostrou que apenas um
terço das grandes firmas do Brasil tem planejamento sucessório para a alta cúpula. Isso
significa que, em dois terços das empresas, a sucessão pode ocorrer de forma
inesperada e causar problemas para os stakeholders.
No Brasil, essa prática ainda é pouco difundida, mesmo em empresas de grande porte.
Vale ressaltar que o planejamento não se restringe meramente a apontar sucessores,
mas ao processo como um todo, desde o treinamento à transição gradual de atribuições.
Os resultados da pesquisa revelam um cenário preocupante. Muitas empresas
negligenciam o processo e não colocam em prática um plano de longo prazo. Sem
planejamento adequado, o sucessor acaba não sendo a pessoa mais indicada, o que
coloca a continuidade do negócio em risco.
O levantamento consultou 120 empresas, cuja maioria (22%) tem entre mil e 5 mil
funcionários, que estão distribuídas nas áreas de tecnologia (12%), indústria (29%) e
serviços (34%). Do montante total, 28% são de administração familiar e 72% são de capital
fechado, sendo que 13% apresentam receita líquida anual maior que R$ 9 bilhões e 48%
possuem conselhos administrativos.
Em contrapartida, o estudo aponta que, nas empresas com planejamento sucessório,
cerca de 40% preparam um candidato por pelo menos 3 anos.
Planos sucessórios bem estruturados dão mais resistência ao negócio e transparência
no processo, trazendo segurança e previsibilidade para os stakeholders.
Um planejamento adequado prevê ao menos 2 anos de preparação do sucessor, sendo
5 anos o período ideal de transição antes da troca definitiva. Tal período serve para
mapear profissionais internos ou buscar novos talentos no mercado.
Cabe lembrar que todo planejamento sucessório deve se atentar aos detalhes legais do
processo, de forma que nenhuma parte saia prejudicada. Para tanto, recomenda-se o
apoio de especialistas em sua condução.
A Romanhol Advogados é composta por equipe multidisciplinar especialista em
consultoria jurídica empresarial.